Ministro francês alerta sobre tensões comerciais com os EUA

Laurent Saint-Martin destaca a necessidade de diálogo para evitar guerra tarifária.

há aproximadamente 16 horas
Ministro francês alerta sobre tensões comerciais com os EUA

© Shawn Thew/EPA/Bloomberg via Getty Images

Resumo

Durante uma visita à Indonésia, o ministro do Comércio Externo francês, Laurent Saint-Martin, expressou preocupações sobre a crescente tensão comercial entre os Estados Unidos e a Europa, alertando que uma "guerra tarifária" seria prejudicial para todos os envolvidos. Ele enfatizou a necessidade de um "diálogo contínuo" com Washington e destacou que a Europa deve estar preparada para implementar contramedidas. A situação se agrava com a decisão da União Europeia de aplicar tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos, em resposta às tarifas impostas pelos EUA sobre aço e alumínio europeus. Em meio a essa incerteza, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu calma, prometendo "tarifas zero" para empresas que retornarem ao país, e anunciou um investimento significativo da Apple. A guerra comercial entre os EUA e a China também se intensificou, com Pequim aumentando tarifas sobre produtos norte-americanos. Em Portugal, a CNJ pediu uma "reação ponderada" às tarifas americanas, enquanto o governador do Banco de Portugal expressou confiança na adaptação das empresas portuguesas, apesar de prever uma contração inicial da economia.

Durante uma visita à Indonésia, o ministro do Comércio Externo francês, Laurent Saint-Martin, expressou preocupações sobre a crescente tensão comercial entre os Estados Unidos e a Europa, alertando que uma "guerra tarifária" seria prejudicial para todos os envolvidos. Em uma conferência de imprensa realizada em Jacarta, o ministro enfatizou a necessidade de um "diálogo contínuo" com Washington, sublinhando que a França e a Indonésia compartilham visões estratégicas em áreas como energia, transportes e agricultura. Saint-Martin destacou que a Europa deve continuar a trabalhar em negociações com a administração norte-americana para alcançar um entendimento positivo, embora tenha reconhecido que, se necessário, a Europa estaria preparada para implementar contramedidas.

A situação se agrava com a recente decisão da União Europeia de aplicar tarifas de 25% sobre produtos norte-americanos em resposta às tarifas impostas pelos EUA sobre o aço e alumínio europeus. Essas novas tarifas, que entrarão em vigor a partir de 15 de abril, foram confirmadas por fontes europeias e refletem a escalada das tensões comerciais.

Por outro lado, o presidente dos EUA, Donald Trump, pediu calma aos cidadãos, afirmando que "tudo vai correr bem" em meio a um cenário de incerteza econômica. Em uma mensagem publicada na sua rede social, Trump incentivou as empresas a retornarem aos Estados Unidos, prometendo "tarifas zero" para aquelas que transferirem suas operações de volta ao país. Ele destacou que a Apple e outras grandes empresas já estão fazendo isso em números recordes, e anunciou um investimento significativo da Apple, que planeja investir mais de 500 mil milhões de dólares nos próximos quatro anos, criando 20 mil postos de trabalho.

A escalada da guerra comercial entre os EUA e a China também se intensificou, com Pequim anunciando um aumento das tarifas sobre produtos norte-americanos de 34% para 84%, em resposta às tarifas adicionais impostas por Trump. O Ministério das Finanças chinês justificou essa medida como uma resposta ao "erro repetido" dos EUA em aumentar tarifas sobre a China.

Em Portugal, a Confederação Nacional dos Jovens Agricultores e do Desenvolvimento Rural (CNJ) pediu uma "reação ponderada" às tarifas americanas, destacando que o impacto das novas tarifas não será uniforme entre todos os produtos. O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, também expressou confiança na capacidade das empresas portuguesas de se adaptarem a essa nova realidade, embora preveja uma contração inicial da economia devido à ineficiência nas respostas a essa situação.

Enquanto o cenário comercial global continua a evoluir, a necessidade de um diálogo construtivo e de estratégias adaptativas torna-se cada vez mais evidente, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos.