Infraestruturas de Portugal desconhece alterações na estação de Gaia

IP afirma não ter recebido notificações sobre propostas do consórcio LusoLav para a estação de alta velocidade em Gaia.

há aproximadamente 9 horas
Infraestruturas de Portugal desconhece alterações na estação de Gaia

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Resumo

A Infraestruturas de Portugal (IP) declarou desconhecer as alterações propostas pelo consórcio LusoLav para a estação de alta velocidade em Vila Nova de Gaia e a travessia do Rio Douro, uma vez que o contrato de concessão ainda não foi assinado. A proposta sugere mover a estação dois quilómetros para sul e construir duas pontes sobre o Douro, em vez de uma única estrutura. A Câmara Municipal do Porto também não foi notificada sobre estas mudanças. A IP reafirmou que não recebeu comunicações sobre modificações na proposta original. As alterações serão discutidas em reuniões extraordinárias da Câmara de Gaia e da Assembleia Municipal. A nova localização da estação levanta preocupações devido à sua inserção em área de Reserva Ecológica Nacional, embora os serviços municipais acreditem que é possível contornar as restrições legais. A proposta inclui um parque urbano e melhorias nas acessibilidades rodoviárias, com custos partilhados entre o consórcio e a Metro do Porto. A discussão sobre estas alterações será central nas próximas reuniões municipais, à medida que se busca um consenso sobre a infraestrutura ferroviária na região.

A Infraestruturas de Portugal (IP) manifestou desconhecimento sobre as recentes alterações propostas pelo consórcio LusoLav para a estação de alta velocidade em Vila Nova de Gaia e para a travessia do Rio Douro. A IP lembrou que o contrato de concessão com o consórcio, que inclui empresas como Mota-Engil e Teixeira Duarte, ainda não foi assinado, o que significa que as propostas apresentadas não têm validade até à formalização do acordo.

Em resposta a questões da agência Lusa, a IP afirmou que não recebeu qualquer notificação do consórcio sobre a intenção de modificar a proposta inicialmente apresentada no concurso. O contrato de concessão da Linha Ferroviária de Alta Velocidade entre Porto (Campanhã) e Oiã foi adjudicado ao LusoLav no passado dia 10 de outubro, mas ainda não entrou em vigor.

A proposta em questão sugere uma alteração na localização da estação de Gaia, movendo-a cerca de dois quilómetros para sul, e a construção de duas pontes sobre o Douro, em vez de uma única estrutura rodoferroviária. A Câmara Municipal do Porto também declarou não ter conhecimento sobre esta proposta de construção de duas pontes.

Os documentos que a Lusa teve acesso indicam que as alterações serão discutidas numa reunião extraordinária da Câmara de Gaia, agendada para quinta-feira às 16:00, e numa Assembleia Municipal no mesmo dia às 21:00. Em janeiro, a IP já havia afirmado que não tinha conhecimento de quaisquer intenções do consórcio de alterar a proposta, que estava em conformidade com todas as condições estabelecidas.

A nova localização proposta para a estação de alta velocidade, que se situa sobre uma ribeira, levanta preocupações, uma vez que se encontra em área de Reserva Ecológica Nacional. Os documentos municipais revelam que a área é classificada como território peri-urbano e apresenta restrições de utilidade pública devido à presença de uma linha de água.

Apesar das restrições, os serviços da Câmara de Gaia consideram que, dada a importância nacional do projeto da Linha de Alta Velocidade Lisboa-Porto, é possível contornar as limitações legais associadas à Reserva Agrícola Nacional e à Reserva Ecológica Nacional. A proposta inclui ainda um parque urbano e diversas acessibilidades rodoviárias, com um custo que será repartido entre o consórcio e a Metro do Porto.

Os serviços municipais alertam para a necessidade de um esforço financeiro significativo por parte do município, especialmente em termos de acessibilidades, mas também reconhecem um conjunto de vantagens, como a melhoria da acessibilidade à estação a nível regional e o descongestionamento da zona de Santo Ovídio. A proposta do consórcio também sugere que o município será responsável por certas infraestruturas, enquanto o consórcio cuidará de outras, incluindo a ligação da rotunda à nova estação.

A discussão sobre estas alterações promete ser um tema central nas próximas reuniões municipais, à medida que as partes interessadas buscam um consenso sobre o futuro da infraestrutura ferroviária na região.