O julgamento do processo conhecido como "Saco Azul" teve início esta quarta-feira no Tribunal Central Criminal de Lisboa, com a presença do ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, e do atual presidente, Rui Costa. Este processo envolve a SAD do Benfica e a Benfica Estádio, que enfrentam um total de 22 acusações, incluindo crimes de fraude fiscal e falsificação de documentos.
Luís Filipe Vieira, que liderou o clube entre 2003 e 2021, é o principal arguido, acusado de liderar um esquema de faturas falsas que poderá ter causado um prejuízo ao Estado de quase meio milhão de euros. À entrada do tribunal, Vieira expressou confiança no desenrolar do processo, afirmando: "Estou tranquilo, de certeza que isto vai dar em nada. Acredito na Justiça e vou prestar os esclarecimentos necessários." A sua postura reflete uma tentativa de desviar a atenção do impacto negativo que o caso poderia ter na imagem do clube.
Rui Costa, que também se apresentou no tribunal como representante da SAD do Benfica, reiterou a sua confiança na inocência do clube e dos seus dirigentes. "Estou completamente tranquilo em relação ao processo e o Benfica também está. Não mancha a imagem do clube", afirmou, destacando que o foco do clube permanece no desempenho desportivo, apesar das turbulências legais.
Durante o julgamento, Rui Costa garantiu que existia "confiança" nas pessoas responsáveis pelos contratos sob suspeita, e admitiu que muitos dos contratos eram assinados sem a supervisão do Conselho de Administração. Ele mencionou que Miguel Moreira, ex-diretor financeiro do clube e também arguido, tinha autonomia para gerir esses contratos. Costa sublinhou que nunca teve conhecimento da circulação de grandes quantidades de dinheiro vivo no clube.
O processo envolve ainda José Bernardes, da empresa QuestãoFlexível, que admitiu ter mantido comunicação com Miguel Moreira sobre os contratos, mas negou ter tido qualquer interação com Luís Filipe Vieira. A empresa QuestãoFlexível é acusada de estar envolvida em um esquema de pagamentos fictícios que ultrapassa 1,8 milhões de euros.
A próxima sessão do julgamento está agendada para 8 de maio, onde Luís Filipe Vieira e outros arguidos continuarão a prestar declarações. A situação permanece tensa, mas tanto Vieira quanto Costa demonstraram uma postura de confiança em relação ao resultado do processo, afirmando que não acreditam que alguém será condenado.
Resumo
O julgamento do processo conhecido como "Saco Azul" começou no Tribunal Central Criminal de Lisboa, envolvendo Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, e Rui Costa, atual presidente. O processo inclui 22 acusações, como fraude fiscal e falsificação de documentos, com Vieira a ser o principal arguido, acusado de liderar um esquema de faturas falsas que causou um prejuízo ao Estado de cerca de meio milhão de euros. Vieira expressou confiança no desenrolar do processo, afirmando que acredita na Justiça. Rui Costa também manifestou tranquilidade, defendendo a inocência do clube e dos seus dirigentes, e destacou que o foco do Benfica permanece no desempenho desportivo. Durante o julgamento, Costa admitiu que muitos contratos sob suspeita foram assinados sem supervisão do Conselho de Administração e que Miguel Moreira, ex-diretor financeiro e arguido, tinha autonomia para gerir esses contratos. A empresa QuestãoFlexível, envolvida no caso, é acusada de pagamentos fictícios que ultrapassam 1,8 milhões de euros. A próxima sessão está marcada para 8 de maio, onde os arguidos continuarão a prestar declarações.