O turismo internacional para os Estados Unidos enfrenta uma previsão de queda acentuada de 9,4% em 2025, uma reviravolta drástica em relação ao crescimento esperado de 9%. Esta informação, divulgada pela Tourism Economics, reflete as novas políticas de imigração da administração de Donald Trump, que têm gerado preocupações entre os viajantes. As autoridades norte-americanas implementaram medidas rigorosas nas fronteiras, incluindo interrogatórios prolongados e a revisão de dispositivos eletrónicos, resultando em detenções e deportações de turistas, especialmente europeus.
Adam Sacks, presidente da Tourism Economics, destacou que as notícias sobre o tratamento de turistas à entrada nos EUA impactaram significativamente os planos de viagem. Pedro Rios, diretor do American Friends Service Committee, corroborou essa preocupação, referindo que a atmosfera anti-imigração se intensificou, levando a uma onda de avisos de vários países, incluindo França, Dinamarca e Reino Unido, sobre os riscos de viajar para os Estados Unidos. Portugal, por sua vez, atualizou as suas recomendações de viagem, alertando sobre a identidade de género e a necessidade de um visto para entrada.
A situação é particularmente alarmante para o Canadá, onde as tarifas e o discurso hostil da administração Trump resultaram numa queda drástica de 70% no número de passageiros em voos para os EUA entre março e abril. As reservas caíram de 1,22 milhões para apenas 296 mil, e as previsões para a época alta de turismo estão 10% abaixo dos números de 2024. A organização Visit California já reviu em baixa as expectativas de gastos de turistas em 2025, prevendo perdas significativas.
Além disso, a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) expressou preocupações sobre como a inflação e uma possível recessão nos EUA podem afetar o turismo em Portugal. O presidente da APAVT, Pedro Costa Ferreira, alertou que a dinâmica do mercado emissor americano é crucial para o crescimento do turismo em Portugal, e que a instabilidade política e as novas políticas de controle de fronteiras podem resultar em menos turistas portugueses nos EUA.
Enquanto isso, a TAP mantém-se otimista quanto ao sucesso das suas rotas para os Estados Unidos, com planos de lançar novas ligações para Los Angeles, Boston e São Francisco. A companhia aérea acredita que a procura por voos de longo curso continua forte, apesar das incertezas. A United Airlines também reportou um desempenho satisfatório em Portugal, alinhado com as expectativas.
Por outro lado, o governo chinês emitiu advertências aos seus cidadãos sobre viajar para os EUA, citando a deterioração das relações económicas e comerciais. A escalada da guerra comercial, com tarifas que chegam a 104% sobre produtos chineses, tem gerado receios de uma recessão global, afetando não apenas o turismo, mas também o mercado de petróleo, que atingiu mínimos de quatro anos devido a preocupações sobre a procura.
Com a situação a evoluir rapidamente, o impacto das políticas comerciais e de imigração dos EUA continua a ser um tema de grande preocupação para o setor do turismo, tanto a nível nacional como internacional.
Resumo
O turismo internacional para os Estados Unidos enfrenta uma previsão de queda acentuada de 9,4% em 2025, conforme divulgado pela Tourism Economics. As novas políticas de imigração da administração Trump, que incluem medidas rigorosas nas fronteiras, têm gerado preocupações entre os viajantes, resultando em detenções e deportações, especialmente de turistas europeus. Adam Sacks, da Tourism Economics, e Pedro Rios, do American Friends Service Committee, destacam que a atmosfera anti-imigração está a afetar os planos de viagem, levando a avisos de vários países sobre os riscos de viajar para os EUA. A situação é alarmante para o Canadá, onde as tarifas hostis resultaram numa queda de 70% no número de passageiros em voos para os EUA. A APAVT expressou preocupações sobre como a inflação e uma possível recessão nos EUA podem impactar o turismo em Portugal. Apesar das incertezas, a TAP e a United Airlines mantêm uma perspetiva otimista sobre a procura por voos para os EUA. O governo chinês também emitiu advertências sobre viajar para os EUA, citando a deterioração das relações económicas e comerciais, o que afeta o turismo e o mercado de petróleo.