Após as recentes declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a possibilidade de iniciar negociações nucleares diretas com o Irão, Teerão manifestou a sua crença de que um acordo nuclear é viável, desde que Washington demonstre a vontade de avançar. No entanto, o governo iraniano já esclareceu que as conversações ocorrerão de forma indireta. As negociações estão agendadas para começar este sábado em Omã, que atuará como mediador.
O anúncio foi feito na segunda-feira à noite, pouco após Trump ter afirmado que as negociações seriam diretas. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reagiu a esta situação, afirmando que uma opção militar contra o Irão poderá ser considerada caso as negociações se prolonguem. Em uma mensagem em vídeo, Netanyahu enfatizou que o Irão não deve possuir armas nucleares e que isso pode ser alcançado através de um acordo, mas apenas se este seguir um modelo semelhante ao da Líbia, que envolveria a destruição das instalações nucleares sob supervisão americana.
Netanyahu alertou que, se os líderes iranianos optarem por prolongar as discussões, a opção militar poderá tornar-se a única alternativa viável. Este discurso foi proferido um dia após uma reunião entre Netanyahu e Trump na Casa Branca, onde discutiram a situação do programa nuclear iraniano.
O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araqchi, também se pronunciou sobre as negociações, sublinhando que a eficácia das conversações é mais importante do que o formato, seja ele direto ou indireto. Araqchi liderará a delegação iraniana, enquanto a delegação dos Estados Unidos será chefiada pelo enviado especial para o Médio Oriente, Steve Witkoff. O ministro iraniano reiterou que o principal objetivo do Irão é o levantamento das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos.
Vale recordar que, durante o seu primeiro mandato, Trump retirou os Estados Unidos de um acordo nuclear com o Irão em 2018, que havia sido estabelecido pela administração de Barack Obama. Este acordo, que contava com a participação de várias potências mundiais, como a China, França, Rússia, Reino Unido e Alemanha, limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento de sanções económicas. Com a saída do acordo, Trump reimpôs as sanções à República Islâmica.
Desde 1980, o Irão e os Estados Unidos não mantêm relações diplomáticas, mas a troca de informações é realizada indiretamente através da embaixada suíça em Teerão, que representa os interesses norte-americanos.
Resumo
As negociações sobre o programa nuclear do Irão foram retomadas após declarações do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que indicou a possibilidade de negociações diretas. Teerão acredita que um acordo é viável, desde que Washington demonstre vontade de avançar, embora as conversações ocorram de forma indireta. As negociações estão agendadas para este sábado em Omã, que atuará como mediador. O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, alertou que uma opção militar poderá ser considerada se as negociações se prolongarem, defendendo que o Irão não deve possuir armas nucleares. O chefe da diplomacia iraniana, Abbas Araqchi, enfatizou que a eficácia das conversações é mais importante do que o formato. O principal objetivo do Irão é o levantamento das sanções económicas impostas pelos Estados Unidos, que foram reimpostas após a retirada de Trump do acordo nuclear de 2018, estabelecido pela administração de Barack Obama. Desde 1980, os Estados Unidos e o Irão não mantêm relações diplomáticas diretas, comunicando-se indiretamente através da embaixada suíça em Teerão.