Dois cidadãos chineses que se encontravam a lutar ao lado do Exército russo foram capturados nas linhas da frente da região de Donetsk, no leste da Ucrânia, conforme anunciou hoje o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. Esta é a primeira vez que a Ucrânia reporta a captura de soldados chineses desde o início do conflito, que começou em fevereiro de 2022 com a invasão russa.
Zelensky revelou que existem indícios de que há muitos mais cidadãos chineses a integrar as forças russas, e destacou que o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) está a colaborar com outras agências de inteligência para investigar a extensão da participação chinesa no conflito. O presidente ucraniano também ordenou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que estabeleça contacto com Pequim para esclarecer a posição da China em relação a esta situação. "Seja direto ou indireto, o envolvimento da China, juntamente com outros países, nesta guerra na Europa é um sinal claro de que [o presidente russo, Vladimir] Putin está disposto a fazer tudo menos a pôr fim à guerra", afirmou Zelensky, apelando a uma resposta da comunidade internacional que busca a paz.
Além disso, o presidente ucraniano confirmou, pela primeira vez, a presença de tropas ucranianas na região russa de Belgorod, que faz fronteira com Kursk. Durante o seu discurso diário, Zelensky afirmou que as operações ativas em território inimigo são uma resposta justificada à invasão russa. "Continuamos a conduzir operações ativas em zonas fronteiriças, e isso é totalmente justificado", disse, sublinhando que o principal objetivo é proteger as regiões ucranianas de Sumy e Kharkiv, frequentemente alvo de ataques russos.
As autoridades russas relataram que, na última noite, destruíram 23 drones ucranianos nas zonas fronteiriças, enquanto as forças ucranianas tentam manter o controle sobre uma pequena área na região de Belgorod. De acordo com o blogue militar DeeptState, as tropas de Kiev controlam apenas 13 quilómetros quadrados em redor da aldeia de Demidovka. A situação na região de Belgorod é tensa, com múltiplas incursões armadas e bombardeamentos a ocorrerem nos últimos três anos.
A guerra na Ucrânia, que já dura mais de um ano, continua a ser uma das crises de segurança mais graves na Europa desde a Segunda Guerra Mundial, com um impacto significativo nas relações internacionais e na estabilidade regional. O descontentamento dos Estados Unidos em relação aos bombardeamentos russos foi também destacado, com o presidente Joe Biden expressando preocupação com a escalada da violência. A situação permanece volátil, com as forças ucranianas a enfrentarem desafios significativos nas linhas da frente, enquanto tentam responder às agressões contínuas da Rússia.
Resumo
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou a captura de dois cidadãos chineses que lutavam ao lado do Exército russo na região de Donetsk, marcando a primeira vez que a Ucrânia reporta a presença de soldados chineses no conflito iniciado em fevereiro de 2022. Zelensky indicou que há indícios de uma maior participação de cidadãos chineses nas forças russas e ordenou ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que estabeleça contacto com Pequim para esclarecer a posição da China. Ele afirmou que o envolvimento da China, direta ou indiretamente, é um sinal da disposição de Vladimir Putin em prolongar a guerra. Além disso, confirmou a presença de tropas ucranianas na região russa de Belgorod, justificando operações ativas em território inimigo como resposta à invasão russa. As autoridades russas relataram a destruição de 23 drones ucranianos nas zonas fronteiriças, enquanto as forças ucranianas tentam manter o controle sobre uma pequena área em Belgorod. A guerra na Ucrânia continua a ser uma das crises de segurança mais graves na Europa, com repercussões significativas nas relações internacionais e na estabilidade regional.