Crescente Vermelho Palestiniano pede investigação sobre mortes de paramédicos

CVP solicita investigação internacional após morte de 15 paramédicos em Gaza durante ataques israelitas.

há 3 dias
Crescente Vermelho Palestiniano pede investigação sobre mortes de paramédicos

© Benoit Tessier - Reuters

Resumo

A organização humanitária Crescente Vermelho Palestiniano (CVP) solicitou uma investigação internacional sobre a morte de 15 paramédicos em Gaza, ocorrida após ataques israelitas a ambulâncias no dia 23 de março. O presidente do CVP, Younis al-Khatib, denunciou os ataques do exército israelita às infraestruturas de saúde, afirmando que visam destruir o sistema de saúde palestiniano. O CVP pediu a responsabilização dos responsáveis pelos assassinatos e a proteção das equipas médicas. Israel admitiu ter disparado contra ambulâncias, alegando suspeitas, mas o CVP contestou essa justificativa com um vídeo que mostra as ambulâncias com luzes acesas durante o ataque. Uma missão da ONU encontrou uma vala comum com os corpos dos paramédicos. O governo alemão pediu uma investigação urgente, e o presidente francês Emmanuel Macron, em visita ao Egito, condenou os ataques israelitas e apelou a um cessar-fogo, destacando a necessidade de apoio à população de Gaza e a reconstrução da região.

A organização humanitária Crescente Vermelho Palestiniano (CVP) solicitou hoje uma investigação internacional sobre a morte de 15 paramédicos, que ocorreram após ataques israelitas a ambulâncias no sul da Faixa de Gaza, no dia 23 de março. Durante uma conferência de imprensa em Ramallah, na Cisjordânia ocupada, o presidente do CVP, Younis al-Khatib, expressou a urgência de uma comissão independente e imparcial para apurar as circunstâncias do que classificou como assassinato deliberado das equipas de ambulâncias.

Al-Khatib denunciou os "ataques contínuos" do exército israelita às infraestruturas de saúde e ao pessoal médico na região, afirmando que esses ataques visam destruir o sistema de saúde palestiniano. O CVP reiterou a necessidade de garantir a segurança das equipas médicas, proteger as instalações de saúde e permitir o acesso seguro aos feridos, sem obstruções ou ameaças. "Exigimos que os responsáveis pelo assassinato das nossas equipas de ambulâncias sejam responsabilizados, ativando mecanismos de justiça internacional para garantir que tal crime não se repita", enfatizou.

No final de março, a organização havia reportado o desaparecimento de 15 paramédicos e socorristas em Rafah, confirmando posteriormente que estes profissionais da saúde foram mortos em um ataque das forças israelitas. Israel admitiu ter disparado contra ambulâncias, alegando que os veículos eram suspeitos e que não tinham informação prévia sobre a sua missão de socorro. No entanto, o CVP contestou essa justificativa, apresentando um vídeo que, segundo eles, demonstra que as ambulâncias estavam com as luzes acesas no momento do ataque.

Após o ataque, uma missão da ONU encontrou uma vala comum com os corpos dos 15 profissionais de saúde. Israel, por sua vez, alegou que cobriu os corpos com pano e terra, acreditando que o resgate demoraria. O governo alemão também se manifestou, pedindo uma investigação urgente sobre o caso, com um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros a afirmar que o vídeo apresentado pelo CVP é "realmente terrível" e que as "acusações chocantes devem ser esclarecidas com urgência".

Em uma visita ao Cairo, o presidente francês Emmanuel Macron reafirmou o apoio ao plano árabe para a reconstrução de Gaza, condenando qualquer deslocação forçada de populações ou anexação. Ao lado do presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, Macron destacou a necessidade de um cessar-fogo entre Israel e o Hamas, afirmando que este último não deve ter qualquer papel na futura governação de Gaza. O presidente francês também criticou os recentes ataques israelitas, que se reiniciaram após uma trégua de dois meses, e apelou a um "regresso imediato ao cessar-fogo".

Macron, que está no Egito para reforçar os laços entre os dois países, também abordou a situação na Ucrânia, pedindo à Rússia que aceite um cessar-fogo incondicional. A visita do líder francês prossegue com um apelo ao auxílio à população de Gaza, refletindo a crescente preocupação internacional com a situação humanitária na região.