Apreensões de óxido nitroso aumentam 650% em 2025

Crescimento alarmante nas apreensões de gás do riso preocupa autoridades de saúde.

há 3 dias
Apreensões de óxido nitroso aumentam 650% em 2025

© GNR

Resumo

As apreensões de botijas de óxido nitroso, conhecido como "gás do riso", aumentaram em 650% em 2025, segundo dados da Guarda Nacional Republicana (GNR). Até 4 de março, foram confiscadas 1.546 botijas, comparadas às 207 do ano anterior. Este crescimento alarmante é particularmente notável nos distritos do Porto, Faro, Setúbal e Lisboa. O uso recreativo desta substância, que provoca euforia e relaxamento, tem vindo a aumentar desde 2022, levando a Polícia de Segurança Pública (PSP) a alertar sobre os riscos associados, incluindo danos ao sistema imunitário e problemas neurológicos. Embora o óxido nitroso seja legal em várias indústrias, a sua venda e consumo recreativo levantam preocupações sobre regulamentação. O Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência destaca o aumento do uso entre jovens, com 21 casos de intoxicação registados desde 2020, a maioria entre os 20 e 29 anos. Em 2025, já foram reportadas cinco intoxicações, sublinhando a necessidade de medidas de conscientização e prevenção.

As apreensões de botijas de óxido nitroso, uma substância psicoativa popularmente conhecida como "gás do riso", dispararam em 2025, com um aumento impressionante de quase 650% em comparação com o total de apreensões do ano anterior, conforme revelam dados recentes da Guarda Nacional Republicana (GNR). Este fenómeno, embora ainda circunscrito a áreas geográficas específicas, tem mostrado um crescimento alarmante, especialmente nos distritos do Porto, Faro, Setúbal e Lisboa.

De acordo com os dados provisórios da GNR, até 4 de março deste ano, foram apreendidas 1.546 botijas de óxido nitroso, um número que supera em 1.339 as apreensões registradas em 2024, que totalizaram apenas 207. Este aumento representa uma escalada de 646%, ou seja, 7,47 vezes mais do que no ano anterior. O uso desta substância, que provoca efeitos rápidos de euforia e relaxamento, tem vindo a crescer desde 2022, quando foram apreendidas 162 botijas e 42 cápsulas, que são frequentemente inaladas através de balões.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) também tem manifestado preocupação com o consumo recreativo do óxido nitroso, que foi incluído em 2022 na lista de novas substâncias psicoativas proibidas. Em resposta a esta crescente problemática, a PSP emitiu um alerta em 2021, recomendando o reforço das medidas de fiscalização sobre a venda e o consumo deste gás. Em 2022, a PSP realizou 173 apreensões, número que caiu para 69 em 2023, mas subiu novamente para 152 no ano passado.

Os efeitos adversos do uso continuado do óxido nitroso são motivo de preocupação, com a PSP a alertar que pode causar danos significativos ao sistema imunitário e alterações na memória, entre outros problemas neurológicos. Este gás, que é inodoro e incolor, tornou-se uma substância popular em festas e ambientes de diversão noturna, sendo frequentemente inalado através de balões ou cartuchos utilizados na culinária, como os que se encontram em recipientes de chantilly.

A GNR acrescenta que o óxido nitroso é um produto legalmente utilizado em várias indústrias, incluindo a automóvel, alimentar e farmacêutica, mas não se identifica nenhuma situação legal que permita o seu consumo humano direto, exceto em contextos médicos e sob supervisão profissional. Apesar de ser uma substância legal, a sua comercialização em quantidades reduzidas através de plataformas online tem levantado questões sobre a sua regulamentação.

O Observatório Europeu das Drogas e da Toxicodependência tem alertado para o aumento do uso do "gás do riso" entre os jovens, que tem sido associado a uma série de problemas de saúde, incluindo envenenamentos e lesões pulmonares. Desde 2020, o Centro de Informação Antivenenos (CIAV) do INEM registou 21 casos relacionados com o uso de óxido nitroso, a maioria envolvendo jovens entre os 20 e os 29 anos. Nos primeiros meses de 2025, já foram reportadas cinco intoxicações, evidenciando a necessidade urgente de uma maior conscientização e medidas de prevenção em relação ao uso desta substância.