Bolsonaro pede amnistia durante protesto em São Paulo

Ex-presidente brasileiro clama por apoio e amnistia para condenados em protesto na Avenida Paulista.

há 3 dias
Bolsonaro pede amnistia durante protesto em São Paulo

© Lusa

Resumo

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro expressou a sua expectativa de receber "ajuda de fora" durante uma manifestação em São Paulo, que atraiu milhares de apoiantes na Avenida Paulista. Os manifestantes exigiam amnistia para os condenados pelos ataques violentos em Brasília a 8 de janeiro de 2023, que resultaram na detenção de mais de 1.400 pessoas. Bolsonaro, sob investigação por tentativa de golpe de Estado, apelou ao parlamento para que conceda amnistia, argumentando que a maioria dos brasileiros compreende as injustiças cometidas no julgamento dos detidos. Uma sondagem recente revelou que 56% dos brasileiros apoiam a manutenção dos condenados na prisão. O ex-presidente, que enfrenta a possibilidade de uma pena de até 40 anos, criticou o sistema judiciário e intensificou as mobilizações nas ruas, buscando apoio popular para reverter a sua inelegibilidade e concorrer novamente à presidência em 2026. Estima-se que a manifestação contou com cerca de 45 mil participantes, refletindo a crescente mobilização de seus apoiantes.

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro manifestou a sua expectativa de receber "ajuda de fora" durante um protesto que atraiu milhares de apoiantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo. Os manifestantes exigiam amnistia para os condenados pelos ataques violentos ocorridos em Brasília a 8 de janeiro de 2023, que resultaram na detenção de mais de 1.400 pessoas.

"Temos esperança. O movimento aqui hoje é pela liberdade das pessoas de bem, mães, pais, irmãos e avós, pessoas que nunca pegaram arma na vida e estão entre os condenados", afirmou Bolsonaro, referindo-se aos apoiantes que enfrentam processos judiciais por sua participação nos tumultos que atacaram as sedes dos Três Poderes. O ex-presidente, que se encontra sob investigação por tentativa de golpe de Estado e outros crimes, acrescentou que "não se preocupem comigo... Tenho esperança que, de fora, venha alguma coisa para cá", aludindo ao seu filho, Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos a liderar uma campanha contra o que considera ser uma perseguição política a 'bolsonaristas' e conservadores no Brasil.

A manifestação ocorre numa semana crítica para Bolsonaro, que soube que será julgado por alegações de ter liderado uma organização criminosa que visava manter-se no poder e incitar os ataques a Brasília, logo após a posse do atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente argumentou que "a grande maioria do povo brasileiro entende as injustiças" cometidas no julgamento dos detidos e apelou ao parlamento para que "faça justiça" e conceda amnistia.

Contudo, uma sondagem recente da empresa Quaest revelou que 56% dos brasileiros apoiam a manutenção dos condenados na prisão, enquanto 34% defendem a libertação dos 'bolsonaristas' detidos. A pesquisa também indicou que 18% dos inquiridos acreditam que esses indivíduos não deveriam ter sido presos, e 16% consideram que já cumpriram tempo suficiente na prisão.

Bolsonaro, que enfrenta a possibilidade de uma pena de até 40 anos de prisão, acusou o sistema judiciário de ter influenciado as eleições em favor de Lula e de estar agora a agir para o prender. "Quem deu golpe em outubro de 2022? Quem tirou Lula da cadeia? O cara condenado em três instâncias por corrupção, por lavagem de dinheiro, é tirado da cadeia", disparou, desafiando a narrativa que o coloca como responsável pelos tumultos.

Reiterando a sua determinação, Bolsonaro declarou: "Se acham que vou desistir, que vou fugir, estão enganados. Fiz um juramento de defender minha pátria com o sacrifício da minha própria vida". Ele e seus apoiantes têm intensificado as mobilizações nas ruas para pressionar o parlamento, que está a discutir um projeto de amnistia, e têm promovido campanhas massivas na internet para consolidar a sua posição na oposição.

Recentemente, Bolsonaro convocou uma manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro, que atraiu cerca de 18 mil pessoas. De acordo com estimativas do Monitor do Debate Político, vinculado à Universidade de São Paulo (USP) e ao Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), o protesto de hoje na Avenida Paulista contou com a presença de aproximadamente 45 mil manifestantes. O ex-presidente também busca apoio popular para reverter a sua inelegibilidade de oito anos imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com a intenção de concorrer novamente à presidência nas eleições de 2026.