Jaguar Land Rover suspende exportações para os EUA devido a tarifas

A JLR suspende exportações para os EUA por um mês em resposta a novas tarifas de 25% sobre importações automóveis.

há 5 dias
Jaguar Land Rover suspende exportações para os EUA devido a tarifas

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Resumo

A Jaguar Land Rover (JLR) suspendeu temporariamente as exportações de veículos para os Estados Unidos por um mês, devido a uma nova taxa de 25% sobre importações automóveis imposta pelo presidente Donald Trump, conforme reportado pelo The Times. A JLR, que pertence ao grupo indiano Tata Motors e emprega cerca de 38 mil pessoas no Reino Unido, está a avaliar estratégias para mitigar o impacto das tarifas, que afetam 25% das suas vendas anuais, especialmente modelos populares como o Rover Defender e o Range Rover Sport. O governo britânico iniciou negociações com os EUA para um novo acordo económico, enquanto as tarifas de Trump também ameaçam outros setores, como a exportação de vinho do Porto. A China respondeu com uma taxa adicional de 34% sobre importações dos EUA, exacerbando as tensões comerciais globais e provocando quedas nos mercados financeiros. Líderes europeus, incluindo Emmanuel Macron e Robert Habeck, expressaram preocupações sobre as tarifas, enquanto a União Europeia se compromete a buscar negociações significativas para enfrentar a situação.

A Jaguar Land Rover (JLR), fabricante britânica de automóveis, anunciou a suspensão temporária das exportações de veículos para os Estados Unidos por um período de um mês. Esta decisão, que entra em vigor na próxima segunda-feira, surge em resposta à imposição de uma taxa de 25% sobre as importações automóveis, conforme reportado pelo The Times. A JLR, que pertence ao grupo indiano Tata Motors e emprega cerca de 38 mil pessoas no Reino Unido, está a avaliar estratégias para mitigar o impacto das novas tarifas, que foram implementadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

Estima-se que a JLR tenha um stock de veículos nos Estados Unidos que pode durar cerca de dois meses, uma vez que os automóveis levam aproximadamente três semanas a chegar ao mercado norte-americano. A marca, que vende anualmente cerca de 400 mil veículos de alta gama, vê cerca de 25% das suas vendas direcionadas para os Estados Unidos, onde modelos como o Rover Defender e o Range Rover Sport são particularmente populares entre as celebridades.

Em resposta a esta situação, o governo britânico decidiu acelerar as negociações com os Estados Unidos para estabelecer um novo acordo económico bilateral, evitando assim medidas de retaliação. O governo britânico sublinhou que "todas as opções estão em cima da mesa" e abriu um período de consultas de quatro semanas com as empresas do país para discutir possíveis produtos norte-americanos que poderiam ser alvo de tarifas recíprocas.

As novas tarifas de Trump, que incluem um aumento de 20% sobre produtos importados da União Europeia, são vistas como uma tentativa de revitalizar a indústria americana, ao mesmo tempo que penaliza países que, segundo Trump, têm praticado comércio desleal. A situação não se limita apenas ao setor automóvel; a exportação de vinho do Porto e do Douro para os Estados Unidos, que representa mais de 41 milhões de euros anuais, também está em risco, com produtores já a reportarem encomendas suspensas devido às tarifas.

A escalada das tensões comerciais não se restringe aos Estados Unidos e ao Reino Unido. A China, em retaliação às tarifas impostas por Trump, anunciou a aplicação de uma taxa adicional de 34% sobre todas as importações provenientes dos EUA. Esta medida, que afeta mais de 180 países, tem gerado uma onda de incerteza nos mercados financeiros globais, que já estão a registar quedas acentuadas. As bolsas de valores em todo o mundo, incluindo o índice DAX da Alemanha, têm enfrentado perdas significativas, refletindo o impacto da guerra comercial em curso.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, expressaram preocupações sobre as tarifas e apelaram à união da Europa para uma resposta coordenada. Enquanto isso, o comissário europeu para o comércio, Maros Sefcovic, afirmou que as tarifas dos EUA são "prejudiciais e injustificadas", reiterando o compromisso da União Europeia em buscar negociações significativas.

A situação continua a evoluir, com os mercados a reagirem de forma volátil e os líderes mundiais a procurarem soluções para evitar uma recessão global. O futuro das relações comerciais entre os Estados Unidos e os seus parceiros internacionais permanece incerto, à medida que as tensões tarifárias se intensificam.