O filme "Fogo do Vento", da realizadora Marta Mateus, foi agraciado com o prémio de Melhor Primeiro Filme Internacional no Festival de Busto Arsizio, em Itália, um reconhecimento que destaca a singularidade da sua linguagem cinematográfica. Este é o único filme português em competição no festival, e o júri elogiou a obra por ser uma "fábula que percorre passado, presente e futuro", capaz de retratar, com uma abordagem pessoal, o crepúsculo do mundo rural e proletário.
A estreia mundial de "Fogo do Vento" ocorreu no ano passado, no prestigiado Festival de Locarno, e desde então, o filme tem sido selecionado para diversos festivais internacionais, incluindo os de Nova Iorque, Londres BFI, Tóquio, Viennale e Valdivia, no Chile. Além do recente prémio em Busto Arsizio, a obra já recebeu outros reconhecimentos, como o Prémio Especial do Júri no Avant-Garde Film Festival de Atenas, o Prémio Especial do Júri Fipresci no Festival de Gijón, em Espanha, e o Prémio de Melhor Realização no Festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.
"Fogo do Vento" é uma coprodução da Clarão Companhia, de Portugal, com a suíça Casa Azul Films e a francesa Les Films d'Ici. Este filme marca a primeira longa-metragem de Marta Mateus, que já havia sido aclamada pela sua curta-metragem "Farpões Baldios", apresentada na Quinzena dos Cineastas do Festival de Cannes em 2017. A nova obra aprofunda as histórias de alguns dos protagonistas da curta, explorando a vida de uma comunidade alentejana.
O filme é descrito como uma convocação da memória das gerações passadas, abordando temas que vão "da resistência à ditadura salazarista ao tempo presente, numa reflexão sobre guerra e paz", conforme mencionado no comunicado da Portugal Film. A cineasta, em sua nota de intenções, revela a inspiração por trás da obra: "Um dia, no Verão de 2017, apareceu-me um touro negro no pensamento. Dias depois, chegou-me a imagem de um incêndio, de terra queimada. Aprendi a dar atenção aos signos, aos sonhos, às visões, a guardar os mais leves prenúncios presentes numa ideia, num sopro de vento. Essas são as imagens inaugurais a partir das quais fui tecendo uma trama que cruza as vivências das pessoas da minha comunidade no Alentejo, as imagens das nossas memórias e as que a imaginação inventa."
"Fogo do Vento" está previsto para estrear comercialmente em salas portuguesas em setembro, após o verão, prometendo levar ao público uma narrativa rica e reflexiva sobre a identidade e a memória coletiva.
Resumo
O filme "Fogo do Vento", da realizadora Marta Mateus, conquistou o prémio de Melhor Primeiro Filme Internacional no Festival de Busto Arsizio, em Itália. Este reconhecimento destaca a originalidade da sua linguagem cinematográfica, sendo o único filme português em competição. O júri elogiou a obra como uma "fábula que percorre passado, presente e futuro", que retrata a transição do mundo rural e proletário. Desde a sua estreia no Festival de Locarno, o filme tem sido selecionado para vários festivais internacionais, incluindo Nova Iorque e Londres. Além do prémio em Busto Arsizio, já recebeu outros galardões, como o Prémio Especial do Júri no Avant-Garde Film Festival de Atenas. "Fogo do Vento" é uma coprodução entre Portugal, Suíça e França e explora a vida de uma comunidade alentejana, abordando temas como a resistência à ditadura salazarista e a memória coletiva. A estreia comercial está prevista para setembro de 2025, prometendo uma narrativa rica e reflexiva sobre identidade e memória.