Investigação sobre corrupção no Parlamento Europeu envolve Huawei

Oito indivíduos foram acusados na Bélgica por corrupção relacionada com a Huawei e o Parlamento Europeu.

há 5 dias
Investigação sobre corrupção no Parlamento Europeu envolve Huawei

© Reuters

Resumo

Uma investigação em curso sobre corrupção no Parlamento Europeu, relacionada com a Huawei, levou à acusação de oito indivíduos na Bélgica, segundo o Ministério Público Federal. As acusações incluem corrupção ativa, branqueamento de capitais e participação em organização criminosa, após buscas realizadas em 13 de março em território belga e português. Entre os acusados, destaca-se um consultor português detido em França e uma assistente parlamentar italiana presa na sua terra natal. As investigações focam-se em possíveis desvios de fundos e presentes oferecidos por representantes da Huawei a deputados europeus para promover interesses da empresa na implementação da tecnologia 5G. O Ministério Público belga descreveu a corrupção como um fenómeno regular e discreto desde 2021, disfarçado de lobby comercial. A Huawei afirmou ter uma política de "tolerância zero" em relação à corrupção e comprometeu-se a colaborar com as autoridades. Este escândalo é a segunda crise de corrupção a afetar o Parlamento Europeu em menos de três anos, após o caso 'Qatargate', que envolveu alegações de suborno por potências estrangeiras, levantando sérias questões sobre a integridade das instituições europeias.

Uma investigação em curso sobre corrupção no Parlamento Europeu, relacionada com o grupo tecnológico chinês Huawei, resultou na acusação de oito indivíduos na Bélgica, conforme anunciado pelo Ministério Público Federal. As autoridades belgas revelaram que as acusações incluem corrupção ativa, branqueamento de capitais e participação em organização criminosa, após buscas realizadas em 13 de março em território belga e português.

Entre os acusados, destacam-se um consultor de origem portuguesa detido em França e uma assistente parlamentar italiana, que foi presa no seu país há duas semanas. O número de acusados não inclui os suspeitos detidos fora da Bélgica que estão a ser reclamados pela justiça belga, e os nomes dos acusados ainda não foram divulgados.

Os investigadores estão a analisar possíveis desvios de fundos e presentes oferecidos por representantes da Huawei ou lobistas a deputados europeus, com o intuito de promover os interesses da empresa na implementação da tecnologia 5G. O Ministério Público Federal belga descreveu a corrupção como um fenómeno que ocorreu "regularmente" e "muito discretamente" desde 2021, disfarçado sob a forma de "lobby" comercial. As práticas identificadas incluem remunerações por cargos políticos e "presentes excessivos", que abrangem despesas com alimentação, viagens e convites para eventos desportivos, como jogos de futebol.

Das oito pessoas acusadas em Bruxelas, três foram formalmente acusadas entre 20 e 29 de março e permanecem detidas. A Huawei, por sua vez, reagiu às acusações, afirmando ter uma política de "tolerância zero" em relação à corrupção. Um porta-voz da empresa declarou que a Huawei leva as acusações a sério e que irá colaborar com os investigadores para esclarecer a situação.

Este escândalo surge como a segunda crise de corrupção a afetar o Parlamento Europeu em menos de três anos. No caso conhecido como 'Qatargate', a justiça belga investiga alegações de corrupção envolvendo antigos eurodeputados socialistas, supostamente subornados por potências estrangeiras, incluindo o Qatar e Marrocos. A situação levanta questões sérias sobre a integridade e a transparência das instituições europeias, à medida que a investigação avança e mais detalhes são revelados.