DGAV toma medidas após denúncias de maus-tratos em Lusiaves

Após denúncias de maus-tratos, a DGAV instaurou processo contra Lusiaves e suspendeu selo de bem-estar animal.

há 6 dias
DGAV toma medidas após denúncias de maus-tratos em Lusiaves

© Lusiaves

Resumo

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) tomou medidas imediatas após denúncias de maus-tratos a animais numa exploração do grupo Lusiaves, instaurando um processo contraordenacional. A DGAV afirmou que a sua atuação foi rápida e eficaz, realizando inspeções em várias explorações do grupo e identificando diversas "não conformidades" que exigiram medidas corretivas. O escândalo começou com a divulgação de imagens perturbadoras pela associação Frente Animal, mostrando trabalhadores a agredir animais, resultando na suspensão de quatro funcionários da Lusiaves. Além disso, o grupo perdeu temporariamente o selo de bem-estar animal Welfair, que poderá ser recuperado após nova auditoria. A DGAV está a monitorizar a execução das medidas impostas e a situação gerou um debate sobre os direitos dos animais e a responsabilidade das entidades reguladoras, com a DGAV a reafirmar o seu compromisso com a proteção animal e a transparência. O caso levanta questões sobre a indústria avícola em Portugal e a necessidade de garantir o respeito pelas práticas de bem-estar animal.

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) anunciou hoje que tomou medidas imediatas após denúncias de maus-tratos a animais numa exploração do grupo Lusiaves, resultando na instauração de um processo contraordenacional. A DGAV garantiu que, ao contrário do que tem sido afirmado publicamente, a sua atuação foi rápida e eficaz logo após a denúncia inicial. Em comunicado, a entidade revelou que foram realizadas inspeções em várias explorações do grupo, onde foram identificadas diversas “não conformidades” que exigiram a implementação de medidas corretivas.

O escândalo teve início quando a associação Frente Animal divulgou imagens perturbadoras na rede social Instagram, mostrando trabalhadores a agredir animais, incluindo frangos feridos e mortos. As imagens, que alegadamente foram captadas em novembro numa exploração do grupo na Figueira da Foz, revelaram cenas de crueldade, com aves apresentando ferimentos graves, como asas partidas e órgãos expostos. Em resposta à gravidade da situação, a Lusiaves suspendeu quatro funcionários envolvidos nas agressões.

Além das ações disciplinares, o grupo Lusiaves também perdeu temporariamente o selo de bem-estar animal Welfair, que possuía desde 2022. A Welfair anunciou que a certificação foi suspensa até agosto de 2025, após uma auditoria que confirmou a veracidade das imagens divulgadas. A empresa poderá solicitar a recuperação do selo, mas para isso terá de passar por uma nova auditoria e cumprir todos os padrões exigidos pela entidade certificadora.

A DGAV, por sua vez, está a monitorizar a execução das medidas impostas e a acompanhar as condições nas explorações afetadas. A situação gerou um debate aceso sobre os direitos dos animais e a responsabilidade das entidades reguladoras, com a DGAV a reafirmar o seu compromisso com a proteção animal e a transparência nas suas ações.

O caso levanta questões importantes sobre a indústria avícola em Portugal e a necessidade de garantir que as práticas de bem-estar animal sejam respeitadas em todas as explorações. A sociedade civil aguarda agora por mais esclarecimentos e ações concretas que assegurem a proteção dos animais e a responsabilização dos envolvidos em atos de crueldade.