Demissão de Ana Caldeira do Chega após acusações de burla

Ana Caldeira foi exonerada do Chega após ser acusada de burla e falsificação de documentos.

há 5 dias
Demissão de Ana Caldeira do Chega após acusações de burla

© Shutterstock

Resumo

Ana Caldeira, ex-vice-presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do Chega, demitiu-se e foi exonerada das suas funções no grupo parlamentar após ser acusada de burla qualificada e falsificação de documentos. O líder do Chega, André Ventura, confirmou a demissão, enfatizando a necessidade de agir contra comportamentos que não refletem os valores do partido. Caldeira é acusada de ter falsificado a assinatura de uma mulher falecida em 2015 para obter um empréstimo de seis mil euros de um ex-sócio, prometendo devolver dez mil euros em seis meses. Apesar de ter devolvido o valor emprestado, os juros não foram pagos. Além disso, o Chega enfrenta a saída do deputado Henrique de Freitas, excluído das listas para as eleições legislativas de 18 de maio, que expressou desilusão com a decisão de Ventura. As eleições antecipadas surgem após a demissão do Governo AD, complicando ainda mais a situação do Chega no círculo eleitoral de Portalegre, um dos mais desafiadores do país.

A advogada Ana Caldeira anunciou a sua demissão do cargo de vice-presidente do Conselho de Jurisdição Nacional do Chega e foi exonerada das suas funções no grupo parlamentar do partido, após ser acusada de burla qualificada e falsificação de documentos. A confirmação foi feita pelo líder do Chega, André Ventura, que sublinhou a necessidade de agir de forma firme em relação a comportamentos que não condizem com os valores do partido.

Ana Caldeira está a ser julgada por alegadamente ter tentado enganar um ex-sócio, falsificando a assinatura de uma mulher falecida em 2015. O caso remonta a março de 2022, quando a advogada convenceu o seu antigo sócio a emprestar-lhe seis mil euros, alegando que uma cliente necessitava urgentemente do montante. Em troca, prometeu devolver dez mil euros em seis meses. O contrato de confissão de dívida e o Termo de Autenticação, que foram registados no site da Ordem dos Advogados, supostamente traziam a assinatura de Maria Amélia Martins, a cliente em questão, que, como se revelou, já havia falecido.

O Ministério Público considerou que Ana Caldeira falsificou a assinatura com o intuito de apropriar-se da quantia de seis mil euros. Embora tenha devolvido o valor emprestado, os juros prometidos não foram pagos. André Ventura, ao comentar a situação, afirmou que o Chega não acolhe nem protege indivíduos envolvidos em práticas corruptas, reiterando que a decisão de demitir Caldeira foi a única possível diante das circunstâncias.

Além da demissão de Ana Caldeira, o Chega enfrenta também a saída do deputado Henrique de Freitas, que foi excluído das listas de candidatos do partido para as eleições legislativas de 18 de maio. Freitas, que também ocupava a presidência da Comissão Política Distrital de Portalegre, expressou a sua desilusão com a decisão de Ventura, afirmando que esta revela um desconhecimento da realidade política no distrito e poderá levar o partido a uma "destruição eleitoral" nas próximas eleições.

As eleições legislativas antecipadas, que se realizam em 18 de maio, surgem na sequência de uma crise política que resultou na demissão do Governo AD, após a rejeição da sua moção de confiança no parlamento. O círculo eleitoral de Portalegre, que elege apenas dois deputados, é considerado um dos mais desafiadores do país, o que torna a situação do Chega ainda mais crítica.