Marco Rubio defende aumento de gastos em Defesa para 5% do PIB

Ministro português critica meta dos EUA e pede objetivo mais realista para a NATO.

há 6 dias
Marco Rubio defende aumento de gastos em Defesa para 5% do PIB

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Resumo

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, participou de reuniões da NATO, propondo um aumento dos gastos em Defesa para 5% do PIB, uma meta criticada por vários países, incluindo Portugal. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, discordou da proposta, considerando-a excessivamente ambiciosa e defendendo um objetivo mais realista entre 3% e 3,5%. Rangel destacou que Portugal deve primeiro atingir a meta de 2% do PIB, compromisso que o Governo planeja antecipar para 2029. Ele criticou o anterior Governo de António Costa por não ter aumentado os investimentos em Defesa. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, também reconheceu a necessidade de aumentar os gastos, refletindo sobre a pressão que começou após a presidência de Trump. O encontro em Bruxelas é crucial, abordando não apenas os gastos militares, mas também o apoio à Ucrânia na sua luta contra a invasão russa desde 2022, com a expectativa de um compromisso mais sólido entre os membros da NATO.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, fez a sua estreia em reuniões da NATO esta quinta-feira, onde trouxe consigo uma exigência significativa para os aliados: um aumento dos gastos em Defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB). Esta meta, proposta pelo presidente Donald Trump, levanta preocupações entre vários países, incluindo Portugal, que atualmente não atinge nem 2% do seu PIB em investimentos nesta área.

O ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, expressou a sua discordância em relação à meta estabelecida pelos EUA, considerando-a excessivamente ambiciosa. Em declarações aos jornalistas, Rangel afirmou que espera que o resultado da cimeira da NATO, agendada para junho em Haia, estabeleça um objetivo mais realista, situado entre 3% e 3,5%. O ministro sublinhou que, antes de se pensar em atingir esses valores, Portugal precisa primeiro alcançar a meta de 2% do PIB, um compromisso que o Governo já admitiu antecipar para 2029.

Rangel não hesitou em criticar o anterior Governo, liderado por António Costa, por não ter feito o suficiente ao longo dos últimos oito anos para aumentar os investimentos em Defesa. "Já era uma antecipação do prazo do governo Costa, que, nestas matérias, fez muito pouco", afirmou, colocando a responsabilidade sobre a falta de progresso no passado.

Mark Rutte, secretário-geral da NATO e ex-primeiro-ministro dos Países Baixos, também se juntou ao coro de vozes que reconhecem a necessidade de um aumento nos gastos em Defesa, refletindo sobre os anos em que esteve no poder. "Há muitos anos que dizem aos europeus que têm de gastar mais, e isto começou realmente a acontecer depois da entrada em funções de Trump, em 2016 e 2017", comentou Rutte.

Enquanto isso, Rubio garantiu que os Estados Unidos continuarão a fazer parte da NATO, apesar das críticas de Trump aos aliados e das ameaças de não os defender. No entanto, o secretário de Estado não fez comentários sobre a situação na Ucrânia, que também está na agenda das discussões durante esta reunião de dois dias em Bruxelas.

O encontro, que marca um momento crucial para a Aliança Atlântica, está a ser acompanhado de perto, uma vez que os líderes discutem não apenas o aumento dos gastos militares, mas também o apoio contínuo à Ucrânia, que enfrenta a invasão russa desde fevereiro de 2022. A expectativa é que as conversações resultem em um compromisso mais sólido entre os membros da NATO, refletindo a urgência de uma resposta unificada às ameaças globais.