O enviado económico especial do presidente russo, Vladimir Putin, Kirill Dmitriev, realizou uma reunião com representantes da administração norte-americana, marcando a primeira visita de um alto funcionário russo a Washington desde o início do conflito na Ucrânia. Este encontro, que ocorreu na quinta-feira, é visto como um passo significativo nas relações entre os dois países, que têm estado tensas desde o início da guerra em fevereiro de 2022.
Durante a sua estadia, Dmitriev expressou otimismo sobre o futuro das relações bilaterais, afirmando que "vemos uma dinâmica positiva nas nossas relações". Ele reconheceu que o processo de diálogo e resolução de conflitos pode ser demorado, mas destacou que está a avançar de forma construtiva. "Admitimos desacordos em vários pontos, mas há um diálogo em curso que nos ajuda a ultrapassar essas divergências", acrescentou o enviado russo.
A reunião ocorreu um dia após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter anunciado novas tarifas sobre vários países, excluindo a Rússia. Dmitriev elogiou as tarifas, considerando-as um "precedente para o crescimento autónomo e a criação de emprego sustentável" nos Estados Unidos. Este comentário sugere uma tentativa de encontrar áreas de cooperação, mesmo em meio a um ambiente de sanções e tensões políticas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, esclareceu que a visita de Dmitriev estava dentro do seu mandato, focando-se na discussão de cooperação económica. É importante notar que Kirill Dmitriev, que é o diretor do Fundo Soberano da Rússia, não está diretamente envolvido nas negociações sobre a Ucrânia. Desde 2022, ele está sob sanções norte-americanas e teve que obter uma suspensão temporária dessas restrições para conseguir um visto que lhe permitisse viajar para os Estados Unidos.
Dmitriev tem uma vasta experiência internacional, tendo trabalhado anteriormente no banco Goldman Sachs em Nova Iorque e na consultora McKinsey. Formado pela Universidade de Stanford e pela Harvard Business School, ele nasceu em Kiev durante a era soviética, o que lhe confere uma perspetiva única sobre as relações entre a Rússia e o Ocidente.
A visita de Dmitriev a Washington pode ser um sinal de que, apesar das tensões persistentes, há um espaço para o diálogo e a cooperação em áreas como o Ártico e os metais raros, conforme mencionado pelo próprio enviado. O futuro das relações entre os Estados Unidos e a Rússia continua incerto, mas este encontro representa uma oportunidade para explorar novas vias de entendimento.
Resumo
O enviado económico especial do presidente russo, Kirill Dmitriev, reuniu-se com representantes da administração Trump, marcando a primeira visita de um alto funcionário russo a Washington desde o início do conflito na Ucrânia. Dmitriev expressou otimismo sobre as relações bilaterais, reconhecendo que, apesar dos desacordos, existe um diálogo construtivo em curso. A reunião ocorreu após o anúncio de novas tarifas por Donald Trump, que excluíram a Rússia, e Dmitriev elogiou essas tarifas como um potencial motor para o crescimento económico nos EUA. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que a visita focou na cooperação económica, embora Dmitriev, sob sanções norte-americanas, não esteja diretamente envolvido nas negociações sobre a Ucrânia. Com uma vasta experiência internacional e uma formação académica sólida, Dmitriev sugere que, apesar das tensões, há espaço para diálogo e cooperação em áreas como o Ártico e metais raros, representando uma oportunidade para novas vias de entendimento entre os dois países.