Demissões no Conselho de Segurança Nacional dos EUA após 'Signalgate'

Três funcionários do NSC são despedidos em meio a controvérsias sobre a divulgação de informações sensíveis.

há 6 dias
Demissões no Conselho de Segurança Nacional dos EUA após 'Signalgate'

© SAPO

Resumo

A Casa Branca anunciou a demissão de três funcionários do Conselho de Segurança Nacional (NSC) dos EUA, Brian Walsh, Thomas Boodry e David Feith, em meio a controvérsias relacionadas ao incidente denominado "Signalgate". Este episódio surgiu após a divulgação inadvertida de informações sensíveis sobre uma operação militar no Iémen, que ocorreu durante uma conversa na aplicação Signal, onde membros do gabinete de Trump discutiram detalhes críticos sem perceber que estavam expostos. O conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, assumiu a responsabilidade pelo erro, mas o presidente Trump decidiu mantê-lo no cargo. As demissões coincidem com um encontro entre Trump e a ativista de extrema-direita Laura Loomer, que teria apresentado uma lista de funcionários considerados desleais, levantando questões sobre a influência de figuras extremistas na administração. Além disso, a CNN relatou que Alex Wong, conselheiro adjunto sénior para a segurança nacional, também pode enfrentar demissão. A situação reflete as tensões internas na Casa Branca, onde a lealdade à agenda presidencial parece ser cada vez mais exigida, mesmo em detrimento da experiência e competência dos funcionários.

A Casa Branca anunciou a demissão de três funcionários do Conselho de Segurança Nacional (NSC), um movimento que ocorre em meio a controvérsias relacionadas ao que foi apelidado de "Signalgate". Este incidente, que envolveu a divulgação inadvertida de informações sensíveis sobre uma operação militar no Iémen, gerou uma onda de críticas e questionamentos sobre a lealdade de certos membros da administração.

Os despedidos incluem Brian Walsh, diretor dos serviços secretos, Thomas Boodry, diretor sénior dos assuntos legislativos, e David Feith, que supervisionava a tecnologia e a segurança nacional. As demissões foram reportadas por vários meios de comunicação, incluindo a CNN, que citou fontes anónimas. O NSC, que desempenha um papel consultivo na coordenação da política externa e das questões de segurança nacional, é liderado pelo conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz, um ex-militar e congressista da Florida, nomeado por Donald Trump.

O "Signalgate" surgiu após um erro de comunicação que permitiu que o chefe de redação da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, participasse de uma conversa na aplicação Signal, onde informações confidenciais sobre um ataque militar foram discutidas. Durante quatro dias, membros do gabinete de Trump partilharam detalhes críticos, incluindo alvos e cronogramas de operações, sem perceber que a conversa estava exposta. Waltz, que convidou Goldberg para a conversa, assumiu a responsabilidade pelo erro, mas o presidente Trump decidiu mantê-lo no cargo.

As demissões ocorreram após um encontro entre Trump e a ativista de extrema-direita Laura Loomer, que é conhecida por suas opiniões controversas e teorias da conspiração, incluindo a afirmação de que os ataques de 11 de setembro foram um "trabalho interno". Loomer, que tem uma influência crescente sobre Trump, teria apresentado uma lista de funcionários que considerava desleais, o que pode ter precipitado as demissões. Embora a Casa Branca e outros meios de comunicação não tenham confirmado uma ligação direta entre as demissões e as acusações de Loomer, a situação levanta questões sobre a crescente influência de figuras extremistas na administração.

Além disso, a CNN reportou que Alex Wong, conselheiro adjunto sénior para a segurança nacional e um dos mencionados por Loomer, também poderia enfrentar demissão. A situação é um reflexo das tensões internas na Casa Branca, onde a lealdade à agenda presidencial parece estar a ser cada vez mais exigida, mesmo que isso signifique sacrificar a experiência e a competência de funcionários estabelecidos.

Enquanto isso, a Casa Branca continua a enfrentar críticas por suas práticas de demissão, tendo recentemente dispensado 50 procuradores de carreira do Departamento de Justiça, uma decisão que foi justificada como uma medida para evitar a "subversão" do sistema jurídico. O clima de incerteza e a pressão por lealdade absoluta à administração de Trump parecem estar a moldar um novo capítulo na política interna dos Estados Unidos.