Terramoto em Myanmar causa milhares de mortos e feridos

Um sismo de magnitude 7,7 em Myanmar deixa 2.886 mortos e 4.639 feridos, enquanto operações de resgate enfrentam desafios.

há 8 dias
Terramoto em Myanmar causa milhares de mortos e feridos

© Nyein Chan Naing / EPA

Resumo

Um terramoto de magnitude 7,7 atingiu Myanmar a 28 de março, resultando em 2.886 mortos e 4.639 feridos, com cerca de 8,5 milhões de pessoas afetadas. A junta militar anunciou um cessar-fogo temporário até 22 de abril para facilitar a ajuda humanitária, embora tenha disparado tiros para afastar a Cruz Vermelha chinesa. As operações de resgate são complicadas pela guerra civil e danos severos nas infraestruturas. Um jovem foi resgatado após 108 horas sob os escombros, trazendo um momento de esperança. A junta afirmou que 1.500 socorristas internacionais estão no terreno, mas a ajuda ainda não chegou a todas as áreas. O OCHA reportou a destruição de mais de 10.000 edifícios em Naypyidaw, com milhões necessitando de assistência urgente. A junta pediu ajuda internacional, enquanto a tensão com grupos rebeldes aumenta, e a comunidade internacional observa a situação.

Um forte terramoto de magnitude 7,7 atingiu Myanmar na passada sexta-feira, 28 de março, resultando em uma tragédia sem precedentes que já deixou 2.886 mortos e 4.639 feridos, conforme o último balanço divulgado pelas autoridades. As operações de busca por sobreviventes continuam, embora as esperanças estejam a diminuir à medida que os dias passam. A oposição democrática, que controla partes do país, estima que cerca de 8,5 milhões de pessoas foram diretamente afetadas pelo desastre natural, que se agrava ainda mais devido ao contexto de guerra civil que o país enfrenta.

Em resposta à catástrofe, a junta militar que atualmente governa Myanmar anunciou um cessar-fogo temporário até 22 de abril, com o objetivo de facilitar a ajuda humanitária às vítimas do sismo. A decisão foi comunicada pela televisão estatal, que também informou que os grupos armados étnicos e as milícias locais devem abster-se de atacar as forças de segurança e as bases militares durante este período. No entanto, a junta militar não hesitou em disparar tiros para o ar para afastar membros da Cruz Vermelha chinesa que tentavam prestar assistência na zona de conflito.

As operações de resgate têm sido desafiadoras, com relatos de que as equipas de socorro estão a ser prejudicadas tanto pela guerra civil em curso como pelos danos severos causados pelo terramoto nas infraestruturas do país. Um caso notável ocorreu quando um jovem de 20 anos foi resgatado com vida dos escombros de um hotel em Naypyidaw, quase 108 horas após o sismo. Este resgate trouxe um breve momento de esperança em meio à devastação.

A junta militar, que tomou o poder após um golpe de Estado em fevereiro de 2021, afirmou que cerca de 1.500 socorristas de 15 países estão a trabalhar no terreno, trazendo medicamentos e outros materiais essenciais. Contudo, a ajuda internacional ainda não chegou a todas as áreas afetadas, o que levanta preocupações sobre a eficácia dos esforços de socorro.

O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) reportou que mais de 10.000 edifícios em Naypyidaw foram destruídos ou gravemente danificados, e a situação humanitária é alarmante, com milhões de pessoas necessitando urgentemente de assistência. A junta militar, em uma rara solicitação, pediu ajuda à comunidade internacional, reconhecendo a gravidade da crise.

Enquanto isso, a tensão entre a junta e os grupos rebeldes continua a aumentar, com confrontos ocorrendo em várias regiões do país. A comunidade internacional observa atentamente a situação, esperando que a ajuda humanitária possa ser distribuída de forma eficaz e que a paz possa ser restaurada em um país que já enfrenta desafios significativos.