A juíza democrata Susan Crawford conquistou uma vitória significativa ao derrotar o republicano Brad Schimel nas eleições para o Supremo Tribunal do Wisconsin, um resultado que é interpretado como um referendo sobre a popularidade de figuras como Elon Musk e Donald Trump. No seu discurso de vitória, na noite de terça-feira, Crawford declarou que a sua eleição representa uma resistência a um "ataque sem precedentes à nossa democracia". "Os cidadãos de Wisconsin levantaram-se contra este ataque e disseram em voz alta que a Justiça não tem preço. Os nossos tribunais não estão à venda", afirmou a juíza, que agora ocupará um lugar no Supremo Tribunal, onde os democratas mantêm uma maioria ideológica de 4 a 3.
A derrota de Schimel, que contou com o apoio de Trump e Musk, é um duro golpe para o ex-presidente, que viu a sua influência questionada logo no início do seu segundo mandato. Musk, que investiu milhões na campanha de Schimel, acusou a "esquerda de corromper o sistema judiciário", mas a vitória de Crawford, que se tornou a eleição judicial mais cara da história dos EUA, com gastos que ultrapassaram os 80 milhões de dólares, demonstra a mobilização dos eleitores contra a influência financeira nas eleições.
A participação dos eleitores foi notável, com Milwaukee, a maior cidade do estado, a registar uma "participação histórica". Em algumas assembleias de voto, os boletins esgotaram antes do fim da votação. Jeannine Ramsey, uma eleitora de 65 anos, expressou a sua indignação face ao investimento de Musk, considerando "vergonhoso que alguém possa vir aqui gastar milhões e tentar subornar os cidadãos".
A eleição de Crawford é vista como um reflexo das tensões políticas atuais e das divisões que marcam o cenário eleitoral nos Estados Unidos. O resultado não só mantém a maioria progressista no Supremo Tribunal do Wisconsin, mas também sinaliza uma resistência crescente contra as políticas e a retórica de Trump e seus aliados. O ex-presidente, que celebrou vitórias em outras eleições parciais na Flórida, não comentou a derrota de Schimel, preferindo focar-se em um referendo que exigia a apresentação de um documento de identidade para votar, que considerou uma vitória para os republicanos.
A vitória de Crawford também foi saudada por Barack Obama, que parabenizou a juíza e os cidadãos de Wisconsin por escolherem alguém que acredita no Estado de direito e na proteção das liberdades. Com a eleição, o Supremo Tribunal do Wisconsin está posicionado para abordar questões cruciais, incluindo direitos reprodutivos e a proteção dos direitos das pessoas transgénero, em um estado que tem sido um campo de batalha político nas últimas décadas.
Resumo
A juíza democrata Susan Crawford venceu o republicano Brad Schimel nas eleições para o Supremo Tribunal do Wisconsin, um resultado que reflete a resistência à influência de figuras como Elon Musk e Donald Trump. Crawford afirmou que sua vitória representa uma resposta a um "ataque sem precedentes à nossa democracia". A eleição, a mais cara da história dos EUA, com gastos superiores a 80 milhões de dólares, evidenciou a mobilização dos eleitores contra a influência financeira nas eleições. A participação foi histórica, com relatos de boletins esgotados em várias assembleias de voto. A derrota de Schimel, apoiado por Trump e Musk, é um golpe para o ex-presidente, que viu sua influência questionada. A vitória de Crawford mantém a maioria progressista no Supremo Tribunal, sinalizando uma resistência crescente às políticas de Trump. Barack Obama parabenizou a juíza, destacando a importância do Estado de direito e da proteção das liberdades. O Supremo Tribunal do Wisconsin agora está posicionado para abordar questões cruciais, como direitos reprodutivos e direitos das pessoas transgénero.