O recente Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) gerou controvérsia após a remoção de um capítulo que abordava as ameaças de organizações extremistas, incluindo a extrema-direita. O Sistema de Segurança Interna (SSI) confirmou que existiu uma versão preliminar do relatório que continha informações sobre estas organizações, mas não esclareceu os motivos que levaram à sua exclusão na versão final, apresentada na Assembleia da República.
O Bloco de Esquerda, liderado por Mariana Mortágua, manifestou preocupação com esta omissão e solicitou esclarecimentos ao Governo. O partido questionou a diferença entre a versão que foi discutida na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna e a que foi enviada ao parlamento. O capítulo em questão, que estava presente nas páginas 35 a 39 da versão preliminar, alertava para a presença de uma organização extremista internacional em Portugal, a qual é classificada como terrorista em outros países.
De acordo com a versão inicial do RASI, embora não existam organizações de extrema-direita reconhecidas como terroristas em Portugal, há indícios da presença de um grupo que já foi alvo de sanções financeiras por financiamento de terrorismo. Este grupo, segundo o relatório preliminar, promove eventos musicais que servem como plataformas de recrutamento e financiamento de atividades extremistas.
Fabian Figueiredo, líder parlamentar do Bloco de Esquerda, expressou a necessidade de um esclarecimento urgente sobre quem tomou a decisão de remover este capítulo e por que razão. Ele sublinhou que a supressão de informações relevantes compromete o papel fiscalizador da Assembleia da República e pediu que o Governo remeta uma versão completa do relatório para uma avaliação mais rigorosa da segurança interna em Portugal.
A situação levanta questões sobre a transparência do Governo em relação a temas sensíveis como o extremismo e a segurança nacional. O SSI, em resposta às críticas, afirmou que a versão publicada no site do Governo corresponde à versão aprovada na reunião do Conselho Superior de Segurança Interna, mas não forneceu explicações sobre a omissão de informações cruciais.
O Bloco de Esquerda considera que a alteração no relatório não é um mero detalhe, mas sim uma omissão grave que necessita de um esclarecimento cabal. O partido pretende que o Governo explique a razão por detrás da eliminação do capítulo e se há planos para incluir a informação na versão final do RASI. A pressão sobre o Executivo aumenta à medida que as preocupações sobre a segurança interna e a vigilância de grupos extremistas se tornam cada vez mais relevantes no debate público.
Resumo
O Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) gerou controvérsia devido à remoção de um capítulo que abordava ameaças de organizações extremistas, incluindo a extrema-direita. O Sistema de Segurança Interna (SSI) confirmou a existência de uma versão preliminar que continha informações sobre estas organizações, mas não esclareceu os motivos da sua exclusão na versão final apresentada na Assembleia da República. O Bloco de Esquerda, liderado por Mariana Mortágua, expressou preocupação com esta omissão e solicitou esclarecimentos ao Governo, questionando a diferença entre a versão discutida no Conselho Superior de Segurança Interna e a enviada ao parlamento. O capítulo excluído alertava para a presença de um grupo extremista em Portugal, que já foi alvo de sanções financeiras por financiamento de terrorismo. O partido considera a alteração uma omissão grave que compromete a fiscalização da Assembleia da República e exige que o Governo explique a razão da eliminação do capítulo e se há planos para incluir a informação na versão final do RASI. A situação levanta questões sobre a transparência do Governo em relação ao extremismo e à segurança nacional.